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19 setembro 2023

Pastores de "ovelhas" descerebradas...

Segundo determinada excrecência da política pernambucana, que atende pela alcunha de “pastor...”, o casamento “representa uma realidade objetiva e atemporal, que tem como ponto de partida e finalidade a procriação, o que exclui a união entre pessoas do mesmo sexo”1.

Ora, conheço uma porrada de gente heterossexual, que se casou não pra procriar, mas pra serem felizes, companheiros de vida, sem querer exatamente "procriar".

De acordo com esse tipo de “pensamento”, retrógrado, anacrônico, até mesmo enfadonho(!), pessoas idosas não devem se casar também, uma vez que mulheres depois de uma certa idade, não conseguem mais procriar, por mais que desejem. Bem como homens e mulheres heterossexuais sabidamente estéreis também não devem ter direito ao casamento.

Enquanto o país passa por problemas sérios de fome, racismo, falta de escolas, analfabetismo, existem "deputados" que estão preocupados com a cama dos cidadãos e cidadãs que pagam impostos. É muita falta do que fazer!

1“Comissão da Câmara pode votar hoje PL que proíbe união homoafetiva”, disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2023-09/comissao-da-camara-pode-votar-hoje-pl-que-proibe-uniao-homoafetiva#. Acesso em: 19.set.2023.


 

17 setembro 2023

22ª Parada da Diversidade de Pernambuco, Boa Viagem, Recife, 17 de setembro de 2023

Esta Parada (22ª Parada da Diversidade de Pernambuco, 17 de setembro de 2023), pra mim, foi marcante: primeiro porque, desde que eu participo do Fórum e que fico na Portaria do palco (e isso já faz alguns anos!), pela primeira vez, meu companheiro Ivanildo foi, com minha irmã Kathleen.

Depois, fui para o trio do Coletivo de Lésbicas, mas como ultimamente fico com o estômago meio embrulhado com outra cerveja que não seja Heineken. (que bicha velha mais metida! Só quer ser as "pregas de Odete!"), desci para comprar uma lata, pois estava querendo molhar a garganta. Nisso, findei perdendo o trio das meninas e sendo chamado por Anderson, do trio Ser Coletivo, no qual subi. Irene Freire fez uma fala nesse trio, aí, eu fui descer novamente pra pegar outra latinha de cerveja. Eu e Irene descemos juntos e ela me chamou pro trio do Bloco da Diversidade.

Músicas de carnaval, o que me atiçou a verve de folião. Depois, a presidenta da UNE fez um discurso que me emocionou a ponto de chorar! Lembrei do início do GATHO, quando a gente começava a brigar pra ter o direito de viver livremente, amando, sentindo prazer. Cobrando o devido respeito da sociedade.

E como agradeci à vida por ver, ouvir, viver esse momento do discurso da líder estudantil (eu também fiz movimento estudantil.) E lembrar da luta inclusive contra o discurso da esquerda tradicional, que nos rotulava de “decadência do capitalismo”

E eu, aqui, tendo testemunhado tudo isso, me emocionei com o discurso da "Universidade Fora do Armário"!.

Agradeço a todo mundo que estava junto conosco hoje. (Em especial a Rivânia, Anderson, Irene)

Parabéns pra nós! Esperando estar bem no próximo ano pra poder, mais uma vez, participar da Parada da Diversidade!

Muito obrigado, pessoas queridas do Fórum LGBT de Pernambuco!

Para o ano tem mais! E já tem data: 15 de setembro de 2024!

Fotos: Ivanildo Oliveira:

 

 




 

25 agosto 2021

Lançamento do Guia do Writer 7.1 (LibreOffice)

 Muitos dos meus amigos sabem que eu sou fã de uma suíte de escritório que é gratuita e que resolve muito bem tudo o que preciso para escrever e fazer contas. Essa ferramenta é o LibreOffice. Inclusive já coloquei o prêmio que recebi da TDF, logo aqui, à esquerda, por participar ativamente da comunidade brasileira de usuários da melhor suíte de escritório, na minha opinião. Se quiser ir ao site do LibreOffice, é só clicar no meu troféu aqui do lado esquerdo.

Estamos lançando o livro Guia do Writer 7.1.

Podem seguir o link:

https://pt-br.blog.documentfoundation.org/2021/08/23/chegou-o-guia-do-writer-7-1/











17 maio 2021

Dia Internacional Contra a LGBTfobia: 17 de maio de 2021

 

Há cerca de 30 anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS), finalmente decide retirar de sua Classificação Internacional de Doenças (CID), o código 302.0 que dizia que o “homossexualismo” era “desvio e transtorno sexual”. Lembremo-nos que a luta pela exclusão desse código começou nos anos 1970. As associações estadunidenses de Psicologia e Psiquiatria não seguiam mais essa classificação e apoiavam a luta de pessoas homossexuais que defendiam o fim desse código ainda naquela década.

Com base nesse código, muita tortura foi cometida contra pessoas que não se “enquadravam” no modelo heteronormativo. Desde internamento e tratamentos com hormônios, medicamentos psicotrópicos, eletrochoques e até mesmo lobotomia foram prescritos pelos médicos a fim de “obrigar” pessoas homossexuais a serem heterossexuais. E o resultado? Pessoas mais adoecidas ainda, porém com um detalhe: ninguém deixou de ser quem era. Mesmo “dementes”, depois da lobotomia, as pessoas não deixavam de ser quem eram. Podiam até deixar de ter apetite sexual, mas suas orientações sexuais jamais foram alteradas.

Aqui no Brasil, na década de 1980, com a explosão de grupos de defesa de pessoas homossexuais, lembro que foi uma das primeiras grandes lutas do povo “homossexual”: lésbicas, gays, travestis…

Nas eleições de 1982, em Olinda (PE), com o apoio de membros do Grupo de Atuação Homossexual (GATHO), o candidato a vereador mais votado foi um deficiente físico que apoiou nossa luta contra esse código da OMS. O vereador era Fernando Gondim da Mota. Não era homossexual, mas apoiava nossa causa e apresentou, creio que em 1984, na Câmara Municipal de Olinda, uma proposta de Moção de Repúdio a essa norma da OMS, a qual foi aprovada. Infelizmente, na época, não conseguimos sensibilizar nenhum vereador do Recife, ou de qualquer outra cidade da Região Metropolitana do Recife. Vale dizer também que, graças a esse mesmo vereador, foi incluída, no texto da Lei Orgânica de Olinda, promulgada no ano de 1990, a expressão “orientação sexual” no capítulo referente às proibições de discriminação no nosso município.

Finalmente, em 17 de maio de 1990, a OMS excluiu esse código da sua CID. Deixando a HOMOSSEXUALIDADE de ser um “desvio e transtorno sexual” para ser simplesmente uma das expressões da sexualidade. Essa data ficou conhecida inicialmente por IDAHO (International Day Agaisnt Homophobia) e hoje é comemorada por todas e todos LGBTQIAP+ como o Dia Internacional de Luta Contra a LGBTfobia.

Viva o Dia 17 de Maio!



07 fevereiro 2021

2021, o ano sem Carnaval.

 

O que seria da vida, afinal, se não houvesse Carnaval?” Perguntava Edgard Moraes, em “Homenagem à Folia”, um de seus inúmeros frevos de bloco…

Pela primeira vez, estamos num ano em que não haverá Carnaval. Entendo a necessidade disso, mas não me conformo. Carnaval é a Minha Festa. Minha “Folia Querida”, cantada no frevo “Carnaval Divinal”…

Algumas músicas me tiram lágrimas dos olhos. “Saudade”, de Aldemar Paiva e que, com meu irmão Nicolau fomos cantando, levando o corpo de mamãe pra cerimônia de cremação… Outra é “Frevo de Saudade”, de Aldemar Paiva e Nélson Ferreira.

Este ano, vendo a live do Bloco da Saudade, em casa, procuro fechar os olhos e lembrar que nesta próxima quarta-feira, dia 10 de fevereiro deste fatídico 2021 estaríamos com meu irmão Nicolau, tias, primas, primos, amigas, amigos… nos confraternizando, brincando, cantando, dançando as músicas tocadas pelo maestro Bozó e sua orquestra de pau e corda, no acerto de marcha do Bloco da Saudade.

Quanta saudade…

Choro sim. Sou um chorão de marca maior mesmo. E o Carnaval sempre me faz chorar. De alegria, de saudade de tempos em que, menino, brincava na Vila dos Comerciários atrás do “Amantes das Flores”, das tribos de “caboculinhos” Tabajara e Canindé. Do CORSO, na avenida Conde da Boa Vista, Aurora, Imperatriz, Manuel Borba, Dom Bosco, Conde da Boa Vista… Do Carnaval de Olinda dos anos 1970, em que havia o QG do Frevo, na Sigismundo Gonçalves, na frente da Praça do Jacaré, por onde passavam as agremiações no tríduo momesco!.

Mas também tinha o Trote de Elefante, seu Clídio Nigro, que eu gostava de conversar e ele também gostava muito de conversar comigo. Ele falava das suas músicas do Carnaval de Olinda, principalmente “Banho de Conde” e “Olinda nº 2”, mais conhecida do Carnaval da minha cidade.

Depois, vi o grande boom do Carnaval de Olinda, em 1980. Com palcos armados nas praças, com os conjuntos (hoje são chamados de “Bandas”) locais com muito frevo, ciranda, maracatu… entrando noite afora, como acontecia nos clubes do Recife. Aliás, acho que 1980 foi o último ano de carnaval de clubes do Recife. Na década anterior, era Carnaval de Olinda de dia e bailes noturnos de carnaval nos clubes do Recife.

E agora, nessa pandemia, não tem Carnaval. Nas ruas… Mas tem Carnaval sim, no meu peito que bate mais acelerado ao escutar os compositores, maestros e cantores do Meu “Carnaval Divinal”, que espalha alegria, irreverência, fantasia a todas foliãs e todos foliões…

Também vale destacar que TERÇA-FEIRA, DIA 9 DE FREVEREIRO DE 2021, É O NOSSO DIA DO FREVO!

Viva o Carnaval de Pernambuco, que “é Vibração, é o gozo, é o suco, graças ao Frevo e à Federação” (Carnavalesca de Pernambuco).

Evoé, Baco!

Não deixem de ver o Baile Virtual do Bloco da Saudade no link: Baile Virtual do Bloco da Saudade 2021



Escrito em 7 de fevereiro de 2021.

10 junho 2020

Olinda e o Bar Ecológico

Pouco tempo antes de escrever o texto intitulado "Há 40 anos...", recebi um link da minha amiga Dida Cavalcanti, no Whatsapp

Um link para um vídeo que achei ótimo e ilustra bem Olinda há pouco mais de 40 anos. 

Sei que tem uma porrada de gente que conheci na época. Pessoas que até hoje quando nos encontramos fazemos festa uns com os outros e as inevitáveis lembranças.

Era um tempo em que se bebia muito, se fumava muito e se transava muito. O tempo em que "Lavou, tá novo!"

Há, também, um outro texto, em que trato de Carnavais e eleições em 1970-80.

O vídeo é dirigido por Gabriel Çarungaua e o tema é o BAR ECOLÓGICO, em Olinda.

Talvez fique só o endereço do vídeo:

https://vimeo.com/396839205/253a501d64


25 abril 2020

Carnavais e eleições em Olinda (Anos 1970-80)




Quando cheguei para morar em Olinda com minha mãe e meus irmãos, em 12 de fevereiro de 1971, eu ia fazer 12 anos dali a um mês. O prefeito era Ubiratan de Castro, que havia sido eleito para um mandato tampão, pois o prefeito eleito em 1969, Marcos Freire, renunciara ao cargo.
Chegamos em plena semana pré-carnavalesca. Logo depois da arrumação da casa, eu fui pra casa da minha avó, na Conde da Boa Vista, no Recife, pois havia o Corso, com mela-mela e banhos de água. (Foi o último Corso do Recife!). Em Olinda não tinha Corso.
Durante o Carnaval propriamente dito, eu já havia voltado pra casa e acompanhei os desfiles de Pitombeira dos Quatro Cantos e de Elefante de Olinda. Fiquei apaixonado pelo segundo. 
Em Olinda, havia o QG do Frevo, na Avenida Sigismundo Gonçalves, em frente ao Colégio de São Bento/Praça do Jacaré (Praça Barão do Rio Branco).
A próxima eleição para prefeito foi em 1972 e foram candidatos pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Roberto Freire e pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA, partido que dava sustentação ao governo militar) concorreu com três sublegendas: Aredo Sodré da Mota (ARENA 1), o ex-prefeito Benjamin de Aguiar Machado (ARENA 2) e o professor de Língua Portuguesa e autor de livro didático, José Brasileiro Vilanova (ARENA 3). Entre os candidatos a vereador daquela época, eu gostava muito de João de Lima Neto. Ficava fascinado pelo seu discurso contra o governo militar. Nessa época, eu contava 13 anos. Foi eleito Aredo Sodré da Mota.
Nas eleições municipais de 1976, concorreram, pelo MDB, o professor universitário Germano de Vasconcelos Coelho e pela ARENA, dois candidatos em sublegendas: o deputado Nivaldo Machado e o professor José Brasileiro Vilanova. Foi eleito Germano Coelho e fez uma “revolução” nesta cidade.
Eu ainda não podia votar, pois tinha 17 anos. (Nessa época, o cidadão era OBRIGADO a votar depois que completasse 18 anos). Germano começou com uma campanha para cobrar do governo da Holanda uma “indenização” pelo incêndio sofrido em 1630, remexeu completamente no Carnaval da cidade. Foi Germano quem começou com essa “fome” por Olinda no Carnaval, pois incentivou os artistas da cidade a decorarem as ruas do Sítio Histórico para a grande festa de 1978.
Também foi no seu governo que Olinda conquistou o título de Cidade Patrimônio Nacional, em 1980, concedido pelo Congresso Nacional e, em 1982, o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Ciência, Cultura e Educação (UNESCO).
Nessa época, o prefeito eleito em 15 de novembro 1976, assumia a Prefeitura em 15 de março de 1977, portanto, depois do Carnaval.
O Carnaval de 1977 correu normal, como os anteriores, sendo mais diurna a festa maior da minha cidade.
O Carnaval de Olinda morria no final da tarde, pois o quente, nas noites de Carnaval daquela época, eram os bailes de clubes. Nos clubes havia as prévias: no Clube Português do Recife, se brincava o Baile Municipal do Recife, o Baile da Saudade… No Clube Internacional do Recife, havia o Bal Masqué. No Baile Municipal e no Bal-Masqué havia concursos de fantasias e havia uma grande torcida pelos concorrentes: Múcio Catão, Jésus Henrique, Diva Pacheco, João Andrade, entre outros.
Os clubes do Recife realizavam bailes de Carnaval noturnos, mas haviam os bailes mais “licenciosos”, como as Manhãs de Sol do Sport Clube do Recife e o Baile dos Casados, no Atlético Clube de Amadores.
Nunca fui a nenhum desses dois bailes, mas, lenda urbana ou não, a criatividade das notícias sobre esses dois bailes eram lendárias e excitantes. Confesso que era engraçado ouvir as mulheres, com muita raiva e ciúmes, porque seus maridos/noivos/namorados haviam ido à Manhã de Sol do Sport, e/ou ao Baile dos Casados do Atlético.
Até completar 14 anos, eu não podia frequentar os bailes noturnos de Carnaval, só podia ir às matinês e manhãs de sol (não no Sport, pois era proibida para menores!).
Quando completei 14 anos, mamãe se associou e nos associou todos ao Clube Português do Recife, pois era o único que tinha uma categoria de sócios que dispensava o pagamento de “joia”, que era uma taxa cobrada para se associar aos clubes.
O Clube Português do Recife criou uma categoria de sócios que era “contribuinte”. Pagava-se uma mensalidade que cabia no orçamento das pessoas de menos posses. Esses sócios tinham o direito de frequentar aulas de natação, a piscina, as festas e os bailes noturnos de Carnaval.
Lá em casa, quem completasse 14 anos, já podia ir ao baile noturno com mamãe. As irmãs de minha mãe também se associaram e todos nós íamos (tias, primos...). Brinquei nos bailes noturnos de 1974 a 1979. Em 1980, começou a ter, em Olinda, o Carnaval não só diurno, mas também noturno, pois a Prefeitura contratou conjuntos (bandas) locais pra animar o Carnaval noturno na Praça de São Pedro, Praça do Carmo e Praça da Preguiça (Abolição).
Em 1981, os bailes noturnos de Carnaval deram prejuízos aos clubes, pois todo mundo veio pra Olinda brincar o melhor Carnaval de rua. Em 1982, não houve mais bailes noturnos nos clubes do Recife, ficando só os bailes já tradicionais.