Total de visualizações de página
10 dezembro 2009
Fim de ano
Ao l�-lo deu um estalo. Por que n�o mandar este poema aos meu amigos t�o queridos com os votos de boas festas e de um ano novo radiante, iluminado.
Espero que gostem!
Saber Viver
N�o sei... Se a vida � curta
Ou longa demais pra n�s,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se n�o tocamos o cora��o das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Bra�o que envolve,
Palavra que conforta,
Sil�ncio que respeita,
Alegria que contagia,
L�grima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso n�o � coisa de outro mundo,
� o que d� sentido � vida.
� o que faz com que ela
N�o seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura...
Enquanto durar.
(Cora Coralina)
18 setembro 2009
Assembleia Legislativa de Pernambuco lança a Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT
Para mim, a maior surpresa foi mesmo a deputada Jacilda Urquisa, uma vez que ela é católica fervorosa, motivo pelo qual ela não sancionou, há dez anos, a Lei Municipal número 5168, de 22 de abril de 1999, de autoria do vereador de Olinda Marcelo Santa Cruz, que pune a discriminação nos estabelecimentos comerciais de Olinda. Essa Lei foi promulgada pela Câmara e jamais foi regulamentada pela deputada Jacilda que, na época era prefeita de Olinda (1997-2000). Essa lei só foi regulamentada em 19 de agosto de 2005, pelo Decreto número 196.
Fica faltando ainda o governador Eduardo Campos regulamentar a Lei Nº 12.876, de 15 de setembro de 2005, de autoria do deputado Isaltino Nascimento, que dispõe sobre a elaboração de estatística sobre a violência contra os cidadãos e cidadãs homossexuais no estado de Pernambuco.
Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT é instalada na Assembleia | |
Com a adesão de dezesseis deputados, foi lançada, nesta sexta (dezoito de setembro), na Assembleia, a Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT. A finalidade da iniciativa, proposta pelo deputado Isaltino Nascimento, do PT, é reunir parlamentares comprometidos com o combate à discriminação e ao preconceito, além de apoiar e articular a discussão de proposições legislativas de interesse das Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros de Pernambuco. Na próxima quarta (vinte e três), acontece a primeira reunião do grupo, que será presidido por Isaltino. Nessa sexta, foi promovida pela Comissão de Cidadania uma audiência pública para instalação da frente, que contou com a participação de doze deputados e de vários representantes da comunidade LGBT do Estado. Isaltino afirmou que este é um momento histórico para o Parlamento Estadual. Ele destacou que o patrono da Casa, Joaquim Nabuco, foi pioneiro na luta contra a discriminação contra os negros, e que a Assembleia dá continuidade a essa tradição em defesa dos direitos humanos. // O coordenador do Movimento Gay Leões do Norte, Rildo Veras, denunciou que Pernambuco lidera assassinatos de homossexuais no Brasil. Ele ressaltou que não bastam apenas leis para enfrentar o problema. Ele também defendeu a implantação de políticas públicas específicas para a comunidade LGBT. // A representante da Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco (Amotrans), Chopelly Glaudiston, lembrou que Pernambuco foi o último Estado a instituir uma entidade voltada para a defesa do segmento. Ela defendeu como principal meta a criminalização da homofobia. Chopelly ainda apontou a necessidade de um projeto de lei que possa garantir aos travestis e transexuais o direito de se serem chamados pelo nome de preferência nos espaços públicos. Também apoiaram a instalação da frente a coordenadora do Fórum LGBT de Pernambuco, Íris de Fátima, e Cristiano Oliveira, do Satirycon. Participaram do lançamento da frente os deputados Pedro Eurico e Terezinha Nunes, do PSDB, Izaías Régis e Clodoaldo Magalhães, do PTB, Elina Carneiro, do PSB, Sérgio Leite, do PT, Nadegi Queiroz, do PMN, Luciano Moura e Nelson Pereira, do PC do B, Lucrécio Gomes, do PR, e Jacilda Urquisa, do PMDB. Todos enfatizaram a importância de combater o ódio e o preconceito contra os homossexuais. (C.F.) | |
Publicada em 18/09/2009 |
13 setembro 2009
O nazismo de Rozângela Justino e o discurso dos fundamentalistas religiosos
"Bent é o título de uma peça de teatro escrita por Martin Sherman em 1979. Através da vida de dois personagens, é retratada a perseguição nazista aos homossexuais na Alemanha de Hitler. Em 1997 Sean Mathias adaptou a peça para o cinema e o filme (foto) alcançou grande sucesso de crítica e público por onde passou. Foi Bent que impulsionou pesquisas históricas nos anos 80 e 90 sobre a perseguição e extermínio promovidos pelo regime nazista aos homossexuais. Pela primeira vez, o público em geral tomou conhecimento que o mesmo regime totalitário que marcou judeus com estrelas amarelas e os matou, marcou homossexuais com triângulos rosa e os matou também.
(...)
(...). Tento compreender a recente declaração da "psicóloga" Rozângela Justino nas "Páginas Amarelas" da atual edição da revista Veja, onde ela, desvairadamente, diz que a militância gay está ligada ao nazismo.
Certamente muitos de nós pensávamos que a incompetência desta senhora estava restrita à sua prática enquanto "psicóloga", aliás, é exatamente isso que o Conselho Federal de Psicologia reconhece na censura pública que impôs à Rozângela, confirmando a punição dada pelo Conselho Regional de Psicologia do RJ: que ela é uma incompetente. Contudo, ela foi além, mostrando com a tal declaração desvairada, que além de ser incompetente na sua profissão, é também enquanto "historiadora amadora", pois mostrou num importante periódico nacional sua burrice histórica. Mal intencionada e incompetente, é isso que a Rozângela Justino é!
É mal intencionada, pois tenta inverter os fatos ao dizer que o movimento gay se apropria da ideologia e do modus operandi do nazismo, assim, ela não só justifica ao público em geral a sua pervertida e adoecida visão da homossexualidade como também ganha junto ao público simpatia pela sua causa, pois o senso comum sabe, ainda que superficialmente, que o nazismo foi um mal e ainda é identificado com o Mal Absoluto. Mal intencionada, pois disseminando uma mentira, quer se colocar no papel de vítima e perseguida, enquanto na verdade, ela e seus pares cristãos fundamentalistas como Júlio Severo e toda essa laia fundamentalista são os algozes de homossexuais tanto quanto o regime nazista foi.
Quem são, na verdade, os nazistas dessa história? (...). Rozângela é tão incompetente, tão desvairada que não percebe que o que ela e seus pares tentam fazer é exatamente aquilo que eles nos acusam de fazermos: enquanto nós afirmamos a diversidade humana, eles querem plastificá-la, torná-la monocromática, e para isso, eles precisam eliminar os homossexuais "transformando-os" em heterossexuais, como se isso fosse possível.
Ao identificar homossexuais como doentes e pervertidos, sofredores de patologias, os "judeus" da vez, tentam, como Hitler, eliminá-los, não em campos de concentração nem com banhos em câmaras de gás, mas com terapias de reversão. Quem é, cara pálida, o nazista nisto tudo? Quem trabalha para eliminar pessoas e suas características constitutivas - a orientação sexual - visando ao estabelecimento de uma "raça" de heterossexuais? Quem usa de leituras pervertidas (...) das teorias da psicologia e até mesmo da Bíblia, para corroborar sua nefasta prática?
Não vejo nenhum homossexual trabalhando pela destruição da família como tanto gostam de acusar os fundamentalistas religiosos! Ao contrário, vejo homossexuais lutando pelo direito de se unirem diante da lei, pela adoção de crianças abandonadas por heterossexuais, a fim de lhes proporcionarem uma vida saudável, familiar, digna e honesta. Vejo homossexuais lutando por constituírem suas famílias e lutando pelo direito à igualdade diante da lei que lhes é negada pelo trabalho perverso de legisladores que professam uma fé tão pervertida quanto a de Rozângela Justino. Vejo homossexuais lutando pelo direito de existir, tendo sempre que fazer frente ao desejo sombrio, este sim nazista, de eliminá-los, de silenciá-los. Não vejo homossexuais tentando reverter a sexualidade de nenhum outro ser humano, mas lutando legitimamente pelo pleno direito de ser quem é.
Hitler, no seu desvario em "criar" uma nova raça, marcou homossexuais com triângulos rosa, os confinou em campos de concentração, os despojou de sua dignidade humana ao tratar como bicho o que é gente. Nesta vida, mata-se de muitas maneiras e uma delas é a negação do direito ao outro de existir como ele é. Mata-se, matando no outro o que lhe constitui e o identifica socialmente. Mata-se usurpando do outro sua cidadania, o marginalizando, tirando deste, sua igualdade em relação aos outros seres humanos. Mata-se, tentando, a partir de uma prática perversa, charlatã, "curandeira", reverter, reorientar a sexualidade do diferente, como faz Rozângela Justino e seus pares psicólogos "cristãos". (...)
Rozângela diz em vários textos e declarações à imprensa que está sendo silenciada, amordaçada, impedida de praticar sua profissão. Diz que "ajuda" homossexuais que voluntariamente desejam reorientação de sua sexualidade, mas não enxerga que essa gente legitimamente sofrida, vítimas de uma sociedade homofóbica, de uma religião homofóbica, de uma família homofóbica, buscam, na verdade, auto-aceitação, autocompreensão; precisam de reafirmação e de tratamento digno que lhes garanta a plena aceitação de si mesmos para terem vida feliz. E o que Rozângela faz? "Mata" a verdade dessas pessoas, adoecendo-as ainda mais, o que realmente pode levar-lhes à morte. Quem não conhece ou jamais ouviu falar de homossexuais que se mataram por não se aceitarem como tais, não-aceitação esta agravada pela religião, família e sociedade?
(...)"
* Márcio Retamero, 35 anos, é teólogo e historiador, mestre em História Moderna pela UFF/Niterói, RJ. É pastor da Comunidade Betel do Rio de Janeiro - uma Igreja Protestante Reformada e Inclusiva -, desde o ano de 2006. É, também, militante pela inclusão LGBT na Igreja Cristã e pelos Direitos Humanos. Conferencista sobre Teologia, Reforma Protestante, Inquisição, Igreja Inclusiva e Homofobia Cristã. Seu e-mail é: revretamero@betelrj.com.
14 agosto 2009
12 agosto 2009
25 março 2009
Faixa de pedestre na Região Metropolitana do Recife
Fala-se muito que os motoristas não respeitam as faixas de segurança de pedestres na RMR. Também concordo com isso, aliás, sinto isso na pele, é claro. Afinal de contas não é raro ficar-se vários minutos à margem das ruas, em frente às faixas de segurança de pedestres, sem poder atravessar a via.
Isto acontece, é claro, porque os gestores municipais o permitem, ou não se incomodam com a sorte dos cidadãos que não têm automóveis.
No último lustro da década de 1990, tive o prazer de ter sido cedido ao Governo do DF. Naquela época, Brasília era a campeã mundial de atropelamentos. O que o Governo fez? Resolveu fazer valer o artigo 70 do Código Nacional de Trânsito, que diz o seguinte:
Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as faixas delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem, exceto nos locais com sinalização semafórica, onde deverão ser respeitadas as disposições deste Código.
Parágrafo único. Nos locais em que houver sinalização semafórica de controle de passagem será dada preferência aos pedestres que não tenham concluído a travessia, mesmo em caso de mudança do semáforo liberando a passagem dos veículos.
Ora, como fazer valer esse preceito legal, se os condutores de automóveis e motocicletas somente respeitam o sinal vermelho?
Resposta: Multando-os. Infelizmente, os nossos condutores somente sentem dores no bolso. Foi o que fez o GDF naquele ano de 1996: colocou fiscais de trânsito nas faixas de pedestres que não tinham semáforo. Foi um santo remédio: até hoje, tá doido o condutor que desrespeitar a faixa de pedestres lá na capital da República.
Os gestores municipais do Recife, Olinda, Jaboatão e Paulista, pelo menos, deveriam se juntar nesse esforço: nas faixas de segurança de pedestres em que não há sinalização semafórica, colocar os agentes de trânsito dessas cidades a fim de fiscalizar SERIAMENTE as faixas. Acredito que em um ou dois meses de fiscalização, os cidadãos condutores começariam a respeitar essas faixas de segurança e não haveria necessidade de um gasto maior com a colocação de semáforos onde não haja cruzamento.
Deixar-se-ia a sinalização semafórica para os cruzamentos e não haveria necessidade de se colocar semáforos nas faixas de pedestres.
Também há que se fiscalizar as ciclovias, pois, como se sabe, muitos são os condutores de veículos automotores que estacionam e até circulam pelas ciclovias. Em Olinda, por exemplo, não é raro encontrar-se automóveis até mesmo de quem deveria primar pela obediência e cumprimento da legislação, pois não é raro vermos carros da polícia e mesmo da Diretoria de Trânsito da cidade estacionados na ciclovia da Avenida Marcos Freire. Também em Olinda, na ciclovia da PE-15, vê-se o tempo todo automóveis estacionados em frente a bares e oficinas. Sem falar de um posto que fica no final da Avenida Joaquim Nabuco, que destruiu a ciclovia da PE-15, para dar acesso ao mesmo. O pior é que é uma rodovia estadual! Isso é público e notório. Cadê a fiscalização do trânsito? O que fazem os agentes de trânsito, afinal de contas?
Ainda em Olinda, não é raro encontrarmos agentes de trânsito nos cruzamentos com semáforo. Por que, se sabemos que os condutores, em sua maioria, respeitam o sinal vermelho?
Como cidadão, acho que os agentes de trânsito deveriam fiscalizar as faixas de pedestres sem sinalização semafórica e as ciclovias. Acho que não precisaria de muito tempo fazendo fiscalização ostensiva. Seria o tempo suficiente para que os condutores começassem a receber as notificações de multas e os pontinhos em suas carteiras de habilitação. Assim, eles aprenderiam que pedestres e ciclistas devem ser respeitados, pois têm tanto direito ao trânsito quanto os automóveis e aprenderiam, também que o trânsito foi feito para todos: pedestres, ciclistas e condutores de veículos automotores.