“O que seria da vida, afinal, se não
houvesse Carnaval?” Perguntava Edgard Moraes, em “Homenagem à
Folia”, um de seus inúmeros frevos de bloco…
Pela primeira vez, estamos num ano em
que não haverá Carnaval. Entendo a necessidade disso, mas não me
conformo. Carnaval é a Minha Festa. Minha “Folia Querida”,
cantada no frevo “Carnaval Divinal”…
Algumas músicas me tiram lágrimas
dos olhos. “Saudade”, de Aldemar Paiva e que, com meu irmão
Nicolau fomos cantando, levando o corpo de mamãe pra cerimônia de
cremação… Outra é “Frevo de Saudade”, de Aldemar Paiva e
Nélson Ferreira.
Este ano, vendo a live do Bloco
da Saudade, em casa, procuro fechar os olhos e lembrar que nesta
próxima quarta-feira, dia 10 de fevereiro deste fatídico 2021
estaríamos com meu irmão Nicolau, tias, primas, primos, amigas,
amigos… nos confraternizando, brincando, cantando, dançando as
músicas tocadas pelo maestro Bozó e sua orquestra de pau e corda,
no acerto de marcha do Bloco da Saudade.
Quanta saudade…
Choro sim. Sou um chorão de marca
maior mesmo. E o Carnaval sempre me faz chorar. De alegria, de
saudade de tempos em que, menino, brincava na Vila dos Comerciários
atrás do “Amantes das Flores”, das tribos de “caboculinhos”
Tabajara e Canindé. Do CORSO, na avenida Conde da Boa Vista, Aurora,
Imperatriz, Manuel Borba, Dom Bosco, Conde da Boa Vista… Do
Carnaval de Olinda dos anos 1970, em que havia o QG do Frevo, na
Sigismundo Gonçalves, na frente da Praça do Jacaré, por onde
passavam as agremiações no tríduo momesco!.
Mas também tinha o Trote de Elefante,
seu Clídio Nigro, que eu gostava de conversar e ele também gostava
muito de conversar comigo. Ele falava das suas músicas do Carnaval
de Olinda, principalmente “Banho de Conde” e “Olinda nº 2”,
mais conhecida do Carnaval da minha cidade.
Depois, vi o grande boom do
Carnaval de Olinda, em 1980. Com palcos armados nas praças, com os
conjuntos (hoje são chamados de “Bandas”) locais com muito
frevo, ciranda, maracatu… entrando noite afora, como acontecia nos
clubes do Recife. Aliás, acho que 1980 foi o último ano de carnaval
de clubes do Recife. Na década anterior, era Carnaval de Olinda de
dia e bailes noturnos de carnaval nos clubes do Recife.
E agora, nessa pandemia, não tem
Carnaval. Nas ruas… Mas tem Carnaval sim, no meu peito que bate
mais acelerado ao escutar os compositores, maestros e cantores do Meu
“Carnaval Divinal”, que espalha alegria, irreverência, fantasia
a todas foliãs e todos foliões…
Também vale destacar que TERÇA-FEIRA,
DIA 9 DE FREVEREIRO DE 2021, É O NOSSO DIA DO FREVO!
Viva o Carnaval de Pernambuco, que “é
Vibração, é o gozo, é o suco, graças ao Frevo e à Federação”
(Carnavalesca de Pernambuco).
Evoé, Baco!
Não
deixem de ver o Baile Virtual do Bloco da Saudade no link:
Baile Virtual do Bloco da Saudade 2021
Escrito em 7 de fevereiro de 2021.