Mais uma vez, tomo a liberdade de divulgar no meu Blog, artigo do Blog em Prol dos Direitos Gays, mantido pela Planet Romeo Foundation, de Amsterdã, Holanda, uma organização que defende os direitos dos gays em todo o planeta. Já havia publicado, em 19/03/2008 artigo sobre desrespeito aos direitos de gays da mesma organização.
2011 - LUTA E PROGRESSO (March 10, 2011)
Em dezembro de 2010 uma maioria esmagadora na ONU votou a favor de uma emenda na resolução que condenava a execução sumária de pessoas por motivos de orientação sexual. É óbvio que matar um outro ser humano só porque ele é gay está errado. Há algumas semanas, alguns países da África concordaram entre si que o próprio termo 'orientação sexual' deve ser eliminado do vocabulário, o que justificaria a matança de LGBT's.
Os demais países do mundo sentiram-se indignados com isto. Graças em parte aos esforços do governo de Barack Obama, uma nova rodada de votação revelou 93 países à favor dos LGBT's. 55 países votaram contra, 27 se abstiveram e 17 ficaram neutros.
Vitória? Com certeza. Mas também mostra que o mundo continua dividido: metade dos países-membros da ONU não deseja ceder-nos o mais básico dos direitos – a vida.
VENTO DA MUDANÇA NO MÉDIO ORIENTE?
As notícias e as imagens vindas do Egito, Líbia, Bahrain, Iêmen e outros países do Norte da África e do Médio Oriente apenas nos lembra dos LGBT's que sofrem ou sofreram violência nas mãos do governo e da sociedade. Não se escolhe lugar para nascer e por quem se apaixonar. Tampouco nos esquecemos das trágicas e cruéis imagens dos jovens enforcados no Irã, país este que permanece ameaçando de morte todos os acusados ou suspeitos de serem gays.
Fonte da imagem: Ice Queer - LGBT's misturados na multidão na Praça Tahrir, no Cairo.
Muitos gays participaram de grandes protestos realizados nas últimas semanas no Norte da África e no Médio Oriente. Suas intenções para com os seus países e seus próprios direitos são inspiradoras. Esperamos que o nome liberdade com toda a sua força inclua os direitos sexuais das minorias. A experiência nos diz que governos e regimes inteiros podem cair de uma hora para a outra mas que preconceito arraigado numa sociedade leva mais tempo do que isto.
ÁFRICA – DESAFIOS A SEREM SUPERADOS
Nenhum outro continente apresenta tantos contrastes nos assuntos gays mais do que a África. De um lado temos a África do Sul, progressiva, com casamento gay legalizado desde 2006 e do outro Uganda, com o seu projeto “anti-gay” para legalizar prisão e pena de morte para gays e lésbicas. Uma onda de hostilidades anti-gay inundando outro países, sempre alimentado por líderes religiosos, por políticos e pela mídia.
Fonte da imagem: Queerty.com - Revista "Rolling Stone" (Uganda)
David Kato, proeminente ativista dos direitos LGBT, foi brutalmente assassinado em seu lar em Uganda, no dia 26 de janeiro de 2011. O crime sucedeu-se dias após ele e dois companheiros de ativismo obterem um mandado na justiça para proibir uma revista chamada "Rolling Stone" de expôr nomes, endereços e fotos de homossexuais. Em outubro de 2010 o jornal havia publicado uma foto sua junto com detalhes de outros 100 gays, com a manchete “Enforque-os”. Com ajuda de outros meios de comunicação e entidades religiosas, ela atiçou uma histeria baseada no HIV e num suposto “recrutamento infantil” fazendo a opinião pública ficar a favor do projeto de lei anti-gay, que defende a pena de morte para denúncias de homossexualidade “em série” e prisão para amigos ou parentes que não quiserem denunciar.
YouTube Video: Será que um curandeiro pode fazer Scott Mills virar hétero?
Num impressionante documentário para a BBC, o DJ Scott Mills, que é gay assumido, visitou Uganda para sentir como é ser gay por lá. Este documentário o expunha a riscos mas revelou também até que ponto a homofobia pode se arraigar na opinião pública e que quem pensa diferente precisa ter muita coragem. Num vídeo tão divertido quanto perturbador, um curandeiro tenta curar a homossexualidade de Scott, utilizando fogo, água e uma galinha viva.
No ano passado relatamos a trágica história de Tiwonge e Steven do Malauí, encarcerados por terem realizado uma cerimônia de noivado. O final não foi feliz: passaram meses na prisão e foram perdoados mas os holofotes da mídia não perdoaram. O casal se separou. Steven negou publicamente ser gay e denunciou Tiwonge de estar buscando asilo no exterior, o que mais tarde foi oficializado. O Malauí este ano regrediu mais um pouco, tornando o sexo entre duas mulheres ilegal, como já o era entre dois homens. Este tipo de igualdade está dispensado!
Fonte da imagem: BBC - Tiwonge e Steven – Culpados por amarem demais
SÓ ESPERANÇA NÃO BASTA
Há outras lutas sendo travadas. Há muito o que se fazer a nível mundial, e.g.: campanhas a favor do direito ao casamento nos EUA e no Reino Unido, desafios à opinião pública para maior visibilidade na Índia, na Rússia ou na Malásia e punição aos assassinos de LGBT's em Honduras. Se algum dia houver mudança, terá sido graças à dedicação e coragem de gente, famosa ou não, assumida ou não, que se esforça nos bastidores em influenciar, persuadir e exigir o direito de viver e de amar sem medos.
Liberdade e respeito para todos.
Equipe PlanetRomeo, Amsterdã(o)
Fonte: Blog em prol dos Direitos Gays
Information Sources: PinkNews, BBC, Ice Queer, Queerty, Têtu, Outrage!, Queer.de