Esta Parada, pra mim, foi marcante: primeiro porque, desde que eu participo do Fórum e que fico na Portaria do palco, pela primeira vez, meu companheiro Ivanildo foi, com minha irmã Kathleen.
Depois, fui pro trio do Coletivo de Lésbicas, mas como ultimamente fico com o estômago meio embrulhado com outras cervejas que não seja Heineken (que bicha velha mais metida! Só quer ser as "pregas de Odete!"), desci pra comprar uma lata pra mim, nisso, findei sendo chamado por Anderson, do Ser Coletivo. Irene Freira fez uma fala nesse trio, aí, eu fui descer novamente pra pegar outra latinha de cerveja. Eu e Irene descemos juntos e ela me chamou pro trio do Bloco da Diversidade.
Músicas de carnaval, o que me atiçou a verve de folião. Depois, a presidenta da UNE fez um discurso que me emocionou a ponto de chorar! Lembrei do início do GATHO, quando a gente começava a brigar pra ter o direito de viver livremente, amando, sentindo prazer. Cobrando o devido respeito da sociedade.
E como agradeci à vida por ver, ouvir, viver esse momento do discurso da líder estudantil (eu também fiz movimento estudantil.) E lembrar da luta inclusive contra o discurso da esquerda tradicional, que nos rotulava de “decadência do capitalismo”
E eu, aqui, tendo testemunhado tudo isso, me emocionei com o discurso da "Universidade Fora do Armário"!.
Agradeço a todo mundo que estava junto conosco hoje.
Parabéns pra nós! Esperando estar bem no próximo ano pra poder mais uma vez participar da Parada da Diversidade!
Muito obrigado, pessoas queridas do Fórum LGBT de Pernambuco!
Para o ano tem mais! E já tem data: 15 de setembro de 2024!
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24 julho 2025
Parada da Diversidade de Pernambuco - 17.set.2023
21 julho 2025
Faz 50 Anos que Tapacurá (não) Estourou
Gostaria de ter postado antes, mas comecei a escrever e editar. Findei só conseguindo fazer agora.
16 de julho de 1975, quarta-feira.
Procissão de Nossa Senhora do Carmo, padroeira do Recife. Tia Glaura foi acompanhar a procissão, como sempre.
Durante a procissão:
– Minha filha, vai acontecer uma desgraça. – Disse uma senhora a minha tia.
– Oxente, minha senhora, o que vai acontecer? Por que a senhora está dizendo isso? –indagou minha tia.
– Esqueceram de botar a coroa na imagem da santa…
Passou-se. Titia voltou pra casa, na Madalena. Começou a chover.
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Era feriado no Recife e também mês de férias estudantis. Minha irmã, Kathleen havia ido pra casa de tia Gisela, na Vila dos Comerciários. Começam os avisos de chuvas nas cabeceiras do rio Capibaribe.
O Recife havia sofrido com as cheias de 1966 e de 1970. Mas haviam construído a barragem de Tapacurá e, com a inauguração, veio a promessa de que o Recife estava livre do fantasma das cheias. Ninguém ligou para os avisos daquele 16 de julho.
17 de julho de 1975, quinta-feira
O Recife está sob cheia do rio Capibaribe. Lugares da capital, onde nunca havia enchido, estava sob enchente. A Vila dos Comerciários, que nas cheias anteriores, de 1966 e 1970, havia sofrido parcialmente, em 1975 ficou quase toda tomada pelas águas.
18 de julho de 1975, sexta-feira
Recife continua tomada pelas águas. Não se tinha notícias, em Olinda, dos parentes que estavam em áreas alagadas. O que era uma preocupação maior, pois, além de minha avó Maria, as tias Flávia e Glaura, os tios Milton e Tonho e as primas Carol e Michele, que eram bebês, ainda tinha tia Gisela e o marido, tio Orígenes, os primos Roberto, Carlos e Gisela Maria e minha irmã, Kathleen, que estavam na Vila dos Comerciários, em Casa Amarela.
19 de julho de 1975, sábado.
As águas começaram a baixar. Eu e mamãe saímos pro Recife. Fomos à casa da mãe dela, vovó Maria. A ponte da Torre havia perdido a cabeceira, na junção da Visconde de Irajá. Fomos pela Rua José Osório, Rua Visconde de Albuquerque até a rua em que vovó morava, a rua J. A. da Silveira. Estávamos a pé. Os pés atolavam na lama.
Chegamos lá e tudo estava bem. A água havia chegado ao patamar do apartamento em que moravam e estavam todos bem.
Eu e mamãe, seguimos pela ponte da Torre, pois só se passava a pé, pois a cabeceira havia sido levada pelo Capibaribe. Rua Amélia, Rosa e Silva, Estrada do Arraial e só vendo os estragos provocados pela força das águas nos Aflitos, Graças, Tamarineira. Chegamos à Vila dos Comerciários e vimos mais estragos. As casas mais próximas da Estrada do Arraial completamente estragadas. Chegamos à casa de tia Gisela pela rua Gomes Coutinho. Tia Gisela havia perdido tudo. Da sala à cozinha, passando pelos quartos. Ajudamos na limpeza da casa. Voltamos pra Olinda no fim da tarde com minha irmã.
No Jornal Nacional, extensa matéria sobre a enchente no Recife. No final, Ernesto Geisel, o ditador da vez, anuncia a liberação do FGTS para os moradores do Recife na segunda-feira, dia 21 de julho.
20 de julho de 1975, domingo
As pessoas desabrigadas continuam a voltar para suas casas, outras, continuavam nos abrigos públicos em escolas e igrejas. A limpeza de casas, de quem não as perdeu, era a tônica, assim como a verificação e constatação das perdas.
21 de julho de 1975, segunda-feira.
Lá pelas 8 da manhã, fui à cidade pra comprar os passes estudantis meus e de meus irmãos.
Naquela época, o estudante morador de Olinda tinha um ritual diferente: fazer uma petição, em nome um dos pais, ao delegado de Polícia de Olinda, no Varadouro, solicitando o Atestado de Pobreza. A essa petição eram juntadas cópias dos Registros de Nascimento de cada filho, além de cópias do RG dos pais. Entregava na Delegacia. Uma semana depois, ia pegar o Atestado de Pobreza na unidade policial e levar todos os documentos ao Departamento de Terminais Rodoviários de Pernambuco – DETERPE, que ficava no Terminal Rodoviário de Santa Rita, no centro do Recife. Cada estudante tinha direito a 70 passes por mês e cada um recebia uma capa de talão, onde era anotado o número de passes comprados na última vez.
Passei no escritório do meu pai, na Rua da Saudade, peguei o dinheiro pra comprar os passes e segui pela Conde da Boa Vista, Guararapes, Praça da República, Larga do Rosário, Estreita do Rosário, Praça 17. Na esquina havia uma farmácia Drogaluz na qual entrei pra me pesar (toda farmácia dispunha de uma balança e as pessoas entravam nas farmácias só pra se pesar). Havia uma cidadã falando com a balconista que a repartição onde ela trabalhava havia dispensado todos os funcionários porque o chefe recebeu um telefonema dizendo que "Tapacurá estourou". Não dei ouvidos e segui pra Rodoviária, comprei os passes e voltei pela rua Duque de Caxias, como sempre fazia, e ao chegar na Pracinha (a Praça da Independência tinha esse "apelido"), percebi as pessoas correndo a esmo e gritando. Um senhor pega no meu braço e diz: "Corra, meu filho, que Tapacurá estourou!".
Aí, eu corri! Corri até a cabeceira da Ponte Duarte Coelho. Minhas pernas falharam, eu estava em pânico. Fui me puxando pela balaustrada da ponte até a frente do Cinema São Luiz. Ali, já desistindo e me despedindo da vida. Eu olhava pro rio Capibaribe e via as águas subindo. Não conseguia correr. Só me restava esperar o rio subir a ponto de me levar do quem-me-quer da frente do São Luiz.
Não sei o tempo que fiquei aí sentado. Só sei que vi muita gente com uma nota de cem cruzeiros com a efígie de Floriano Peixoto oferecendo a quem tinha automóvel e ninguém aceitava. Vi quando retiraram os blocos de concreto (popularmente chamado de gelo-baiano) que bloqueavam o acesso direto a Olinda, vi mulheres grávidas desmaiarem na calçada. A cidade estava cheia de gente que saiu pra comprar itens mínimos pra ter em casa, já que tinham perdido tudo.
De repente, minhas pernas começaram a "esquentar" e eu comecei a correr pro escritório do meu pai, que já estava com o carro de portas abertas e o som do rádio anunciando que era um boato. Meu pai me tirou da histeria coletiva me dando um forte sacolejo e me fez ouvir o rádio.
Depois que me acalmei, fui pegar o ônibus de volta pra casa, em Olinda. No ônibus, encontrei mamãe, que havia perdido as sandálias e estava meio atônita e com os cabelos assanhados. Também estava correndo do Tapacurá.
Ao chegar em casa, peguei uma ficha pautada e escrevi:
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"O Êxodo Recifense"
No dia 21 de julho de 1975, aproximada-
mente às 10:00 hs (sic) do dia, ouviu-se um boato de
que "Tapacurá estourou!!!" e foi tumulto total na
cidade do Recife, no centro. Na ponte Duarte Coelho
só se via o povo correndo e gritando, mulheres gritan-
do, tendo ataques de histeria, gestantes, algumas até
com novo meses de gestação, a cidade entrou em pâni-
co total, tiraram até os blocos da Av. Conde da Boa
Vista com a Rua da Aurora para passarem os carros.
a) JCavalcantiJr
Olinda, 21 de julho de 1975 [desenho de uma gota] Sorria
(Transcrição da ficha escrita em 21.jul.1975)
Sei que além desta minha história pessoal muitas outras pessoas as têm. Só falta contar. E aí, caro leitor, se viveu esse episódio no Recife, não quer contar a sua história do momento?
E você, jovem, que não viveu o momento, quer saber mais?
Comentem nesta postagem, abaixo.
19 junho 2025
Sobre Seres Humanos e seres desumanos
Se nos autointitulamos Seres Humanos, não podemos agir como os seres desumanos. Seres desumanos se autointitulam, também, de Seres Humanos, mas não o são.
Seres Humanos acolhem, os desumanos abandonam. Há três anos, um certo ser desumano abandonou, na frente da casa em que habito, numa caixa de papelão, nove gatinhos e dois gatos adultos.
Eu e meu companheiro, Humanos que somos, e, sendo tutores de uma cachorra e uma gata, idosas, compramos ração e ficamos alimentado-os, fora do muro da casa, afinal, animais domésticos precisam de alimentação para continuarem vivos. Mas, vieram as chuvas no final daquele maio de 2022 e, como animais domésticos buscam acolhimento e abrigo das intempéries da Natureza, eles invadiram a casa em que habitamos. Com o abrandamento das chuvas, continuamos a alimentá-los extramuros, até que um outro certo ser desumano colocou veneno onde eles comiam. Gatinhos lindos e simpáticos, potencialmente carinhosos, começaram a morrer no jardim e na porta de casa. Nós, Seres Humanos que somos, nos incomodamos com isso e passamos a dar-lhes comida intramuros. Não tínhamos condições de castrar esses animais e não conseguimos ajuda para fazê-lo, apesar de procurarmos, também, o poder público, que dificultou bastante o acesso.
Animais domésticos precisam de acolhimento, não de veneno. Recentemente, entre os dias 13 e 15 de junho de 2025, sete, isso mesmo, SETE gatinhos apareceram mortos no terreno da casa em que habitamos, com sinais de envenenamento. Com toda certeza, mais um ser desumano ofereceu veneno aos filhotes. Bichinhos carinhosos, que não faziam mal a ninguém. Tem gente que reclama do barulho deles nos seus acasalamentos. Para Seres Humanos, esse barulho é "som da Natureza". Para seres desumanos esse som é "incômodo".
Nossa cachorra, uma vira-lata de 13 anos adoeceu também nesse período. Os gatos que sobreviveram, podem acreditar, têm sido muito mais compreensivos que esses seres desumanos que odeiam a Natureza. Observando a gente cuidando da cachorra, ficaram em silêncio, observando o nosso aperreio no cuidado da cachorra. Nem reclamaram da demora em serem alimentados. Denotando que são seres muito melhores que os tais seres desumanos que se autointitulam Seres Humanos, que de Humanos não têm nada, a não ser o formato do corpo.
17 fevereiro 2025
Quando conheci seu Clídio e família e Elefante de Olinda.
O ano era 1971.
Chegávamos pra morar em Olinda, vindos da Vila dos Comerciários, depois de passarmos dois meses na Cidade Marechal Castelo Branco, na Zona Sul do Recife, conjunto residencial do Grupo LUME, que ficava por trás do Geraldão.
Era 12 de fevereiro daquele ano. Uma sexta-feira.
Arrumamos a mudança e no dia 13, fui pra casa de vovó Maria, que morava na Conde da Boa Vista e eu fui pra lá pra brincar no corso, que começava no domingo, dia 14, indo até o sábado de Zé Pereira, dia 20 de fevereiro naquele ano. (Não sabíamos, ainda, que no próximo Carnaval o corso seria proibido pela ditadura militar que se instaurou no Brasil em 1964).
Voltei pra Olinda no domingo de Carnaval, dia 21.
Mamãe juntou os cinco filhos e fomos, depois do almoço, pro Quartel-general do Frevo, que ficava na frente do Colégio São Bento, na Sigismundo Gonçalves. Ali, víamos desfiles de agremiações carnavalescas que não conhecíamos direito. Era muito massa fazer o passo quando as orquestras passavam tocando um frevo rasgado na avenida. Fizemos isso também na segunda.
Na terça-feira gorda, o desfile era na Avenida Getúlio Vargas, pois Pitombeira saía do Samburá e Elefante saía de Zé Pequeno. E seguiam no rumo do Sítio Histórico. Vassourinhas também saía nessa avenida na terça-feira, mas não me lembro de onde.
Passou Pitombeira e depois, Elefante. Ainda não conhecíamos direito as músicas das agremiações. Quando Elefante passou, tocando seu hino, fiquei arrepiado e me apaixonei por Elefante e aprendi logo seu hino:
Ao som dos clarins de Momo
O povo aclama com todo ardor
O Elefante exaltando as suas tradições
E também seu esplendor.
Olinda, este meu canto
Foi inspirado em teu louvor
Entre confete e serpentina
Venho te oferecer
Com alegria, o meu amor
Olinda!
Quero cantar
A ti
Esta canção:
Teus coqueirais, o teu sol,
O teu mar
Faz vibrar meu coração
De amor, a sonhar
Minha Olinda sem igual
Salve o teu carnaval!
Fiquei todo arrepiado com o frevo e fui procurar saber de quem era essa música e decorei a letra, que era de Eduardo Wanderley e Clídio Nigro fez a música.
Passamos uns perrengues e tivemos que sair do nosso apartamento, que foi alugado e assim, alugamos um apartamento no Ed. Dalva Cardoso, também no Bairro Novo, na Av. Getúlio Vargas.
Do outro lado da avenida, quase de frente ao prédio em que estávamos, moravam numa casa o casal Seu Clídio e dona Laura, com Dora, Cláudia (Cada) (que conheciam mamãe) e Fernando (Índio).
Eu já fumava, apesar de ter doze anos e mamãe sabia1. Então, sempre depois de jantar, eu ia passear pela avenida Beira-mar, no rumo de Casa Caiada fumando um cigarro.
Numa noite dessas, conheci um senhor, que também fazia esse percurso. Descobri que era seu Clídio, o pai das amigas de mamãe e de Índio, que já era meu amigo, pois, como eu, era adolescente também nessa época e tínhamos um amigo comum, Kléber (que eu conhecia da Vila dos Comerciários e tinha vindo morar em Olinda havia mais tempo que eu).
Daí pra frente, seu Clídio me contava as histórias das músicas dele, de como surgiu Elefante, falava dos carnavais que passaram, de Donzelinhos, de outras agremiações carnavalescas da cidade que àquela época já não mais existiam e as que ainda sobreviviam… Eu escutava seu Clídio maravilhado. Desde quando eu tinha 12 anos.
Aliás, vale uma observação, foi nessa casa que tomei pela primeira vez uma bebida super-refrescante: vaca preta (sorvete de creme com Coca-cola), que Dora, filha de seu Clídio me ofereceu.
Em 1977, ano que desfilei no Clube Carnavalesco Misto Elefante de Olinda, a Diretoria de Elefante conseguiu a cessão do Clube Atlântico para fazer um baile de Carnaval e seria em homenagem a seu Clídio. Eu fui escalado pra levá-lo ao Clube para receber a homenagem.
Depois, no dia 18 de fevereiro, sexta-feira da semana pré-carnavalesca, era o dia do trote de Elefante. Dessa vez, fiquei como sinal de onde seu Clídio estava. Eu ficaria em pé, ao lado dele na janela pra sinalizar ao porta-estandarte e ao maestro, onde se encontrava Seu Clídio, que, com sua família estava morando na rua Prudente de Morais. Passou o estandarte, fez a reverência, a orquestra parou na frente da casa e tocou Olinda Nº 2 e Banho de Conde e foi tão emocionante, pois foi uma surpresa pra ele que pensamos fazer eu e Carlos Eugênio, que era um dos diretores do Clube. Sei que nessa homenagem chorávamos eu, seu Clídio, mamãe e todo mundo que estava na casa nessa hora. Foi um grande momento.
Carlos Eugênio me chamava de "Ronquinho" porque eu roncava quando gargalhava. (Hoje ainda ronco ao gargalhar, mas não é sempre). Ele era noivo da irmã de um amigo do Colégio. E quando eu soube que ele era da Diretoria do Clube, expressei meu desejo de desfilar.
Tinha uma cota a cumprir e ele ajudou muito na minha cota porque eu não tinha condições de suprir toda ela. Vendas de rifas, camisas, macacões e até mesmo bebidas das festas, mas eu era muito tímido e não conseguia vender nada. Ele dizia: “Vou botar na cota de '‘Ronquinho’'”. Assim, pude desfilar sem problemas.
Também é importante dizer que nos anos 1970, o Bairro Novo sediava a já tradicional troça Virgens do Bairro Novo e também o Bloco dos 100 grilos e o Bloco Chapéu de Bode que era um bloco só de homens, assim como as Virgens.
1Nessa época, fumar era o “Sucesso” (Hollywood), “Um Raro Sabor” (Carlton), “Coisa de Cabra Macho” (Arizona). Propaganda de cigarros era toda hora na TV, no rádio, em cartazes de rua... Só não era permitido fumar nos cinemas do Centro (sala de projeção), pois era permitido na sala de espera, e nos ônibus do Recife. Nos ônibus intermunicipais, como os de Olinda, era "proibido", mas ninguém era molestado se fumasse. Até em banco se fumava.
17 maio 2024
Dia Mundial Contra LBGTQI+fobia 2024
Hoje, 17 de maio de 2024, comemora-se mais um Dia Mundial Contra a LGBTfobia.
Foi num dia como este, nos já longínquos anos 1990, que a Organização Mundial da Saúde deixou de considerar pessoas homossexuais como desviados/as e transtornados/as sexuais.
Lembro que a luta foi árdua. Dos anos 1980 para cá, muita coisa mudou: deixamos de ser tratados pela mídia como culpados pelos nossos assassinatos, diversos direitos civis reconhecidos pelo arcabouço legal do país. Passamos a ter direito a casar com nossos/as companheiros/as, tivemos reconhecido o direito de adotar filhos/as.
Antes, pessoas solteiras podiam adotar crianças, mas, caso fossem pessoas homossexuais, tinham de se esconder, pois, se durante o processo, a Promotoria ou o Serviço Social tivesse conhecimento da homossexualidade da pessoa requerente, era comum ser contra a adoção e tínhamos esse direito negado.
Porém, ainda resta muita coisa a conquistar. O Brasil é o país que mais assassina pessoas LGBT pelo simples motivo de serem quem são. O ódio que muitos sentem de nós é algo avassalador. Travestis e pessoas transexuais não têm sequer o direito de fazer suas necessidades biológicas em paz. O constrangimento é a tônica.
Afinal, essa gente não merece ter paz. Quem mandou escolher essa vida?
Acontece que só sendo muito imbecil escolher ser discriminado, vilipendiado. Depois de muitos lobotomizados, e de outros tratamentos ultrajantes e degradantes, a OMS já admite que não somos doentes mentais, muito menos sem-vergonha!
Somos GENTE, “com cara, dente e nariz pra frente”!
Vamos, gente! A luta, ainda, continua!
Salve 17 de Maio: Dia Mundial Contra a LGBTQI+fobia!
15 dezembro 2023
Por uma TDF Raiz!
Todo mundo que me conhece sabe que uso
LibreOffice para
escrever, fazer edição de textos, preparar textos para serem
publicados. Isso desde "dois mil e antigamente".
Por causa disso, sempre participei de fóruns, listas e grupos de usuários do LibreOffice pra tirar dúvidas. Assim, cheguei, em 2021, no Time Brasileiro de Tradução e Revisão da Documentação do LibreOffice. Depois, me tornei membro da Fundação TDF (The Document Foundation), que tem sede em Berlim, Alemanha.
Este ano teremos eleições para o Conselho Administrativo da TDF e temos uma candidata brasileira ao Board. É Eliane Domingos.
Na quarta-feira, dia 13 de dezembro, tivemos um debate dos candidatos ao Conselho com a Comunidade Brasileira que, além de mim, estavam nossa candidata, Eliane Domingos, Timothy Brennan Jr, Túlio Macedo, Olivier Hallou, Gustavo Pacheco, entre outros e foi muito bom, com a participação de candidatos do mundo inteiro respondendo questionamentos feitos por brasileiros.
Por uma TDF Raiz!
Vídeo do debate com brasileiros.
19 setembro 2023
Pastores de "ovelhas" descerebradas...
Segundo determinada excrecência da política pernambucana, que atende pela alcunha de “pastor...”, o casamento “representa uma realidade objetiva e atemporal, que tem como ponto de partida e finalidade a procriação, o que exclui a união entre pessoas do mesmo sexo”1.
Ora, conheço uma porrada de gente heterossexual, que se casou não pra procriar, mas pra serem felizes, companheiros de vida, sem querer exatamente "procriar".
De acordo com esse tipo de “pensamento”, retrógrado, anacrônico, até mesmo enfadonho(!), pessoas idosas não devem se casar também, uma vez que mulheres depois de uma certa idade, não conseguem mais procriar, por mais que desejem. Bem como homens e mulheres heterossexuais sabidamente estéreis também não devem ter direito ao casamento.
Enquanto o país passa por problemas sérios de fome, racismo, falta de escolas, analfabetismo, existem "deputados" que estão preocupados com a cama dos cidadãos e cidadãs que pagam impostos. É muita falta do que fazer!
1“Comissão da Câmara pode votar hoje PL que proíbe união homoafetiva”, disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2023-09/comissao-da-camara-pode-votar-hoje-pl-que-proibe-uniao-homoafetiva#. Acesso em: 19.set.2023.